“Vivemos num mundo onde não fazemos o que queremos fazer, mas sim o que a convenção humana convencionou. Somos obrigados a fazer o que o Estado manda. Vivemos num mundo onde, se não temos nada somos marginalizados, somos olhados com olhares desprezantes, somos olhados de soslaio. Vivemos num mundo que, se temos algo, sobretudo monetário, somos babados, bajulados, estereotipados e, mormente, idolatrados” ANDERSON COSTA

quarta-feira, 2 de março de 2011

QUEM FALOU EM HARMONIA E INDEPENDÊNCIA ENTRE OS PODERES?

Li um tópico noticiário na revista ISTOÉ desse mês, 02 de Março de 2011, intitulado Um CNJ mais dócil, que diz o seguinte: No dia 21 de julho termina o mandato dos membros do Conselho Nacional de Justiça. Presidente do STF e do CNJ, o ministro Cezar Peluso começou a montar uma “tropa de choque” para eleger um colegiado menos independente do que o atual. Oriundo da magistratura, Peluso é crítico de primeira hora do CNJ, que foi criado em 2004 para dar combate ao corporativismo dos juízes.
Uma interessante iniciativa do Peluso para a defesa das prerrogativas de particulares. Como pode leitores, um magistrado, que sabe serem os três poderes independentes e harmoniosos entre si, segundo a Constituição Federal, lutar por um corpo jurídico dependente? Opa, menos independente? Se o poder jurídico, que é o poder frio, o poder que defende com afinco, pelo menos em tese, os direitos e deveres dos cidadãos, está, por meio do seu patrono maior, engendrando uma dependência, talvez para o beneficiamento de alguns “esquemas”, como há de haver a liberdade democrática e a significativa defesa das aspirações legais populares?
Há aí, indubitavelmente, um baita de um antagonismo quebrando um dos pilares constitucionais, que é a independência decisiva e harmônica entre os três poderes. Será o Peluso mais um cacique? Pode até ser, assim como é também um adepto do corporativismo, não visando à execução legal da lei (pois nem toda decisão que é tomada pela lei é legal, conforme já vimos no passar dos anos) e contrariando o tão célebre axioma jurídico – a lei é dura, mas é a lei -, focando sim no ofício artificioso de se passar a mão na cabeça de quem precisa (os líderes patronais).
Por que um CNJ mais dócil? O Executivo ou o Legislativo está com medo das decisões tomadas pelos juízes independentes? Garanto uma coisa, essa “tropa de choque” montada pelo Peluso não está se edificando com o intuito de garantir melhoria às decisões judiciais, mas tão-somente com o intuito do “curvarmento da lei”, viabilizando assim os propósitos seu e de seus aliados (propósitos estes não garantidos em lei, é claro).

Um comentário:

  1. "A vereda do justo é como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até a plena claridade do dia. Mas o caminho dos ímpios é como densas trevas; nem sequer sabem em que tropeçam" PV. 4. 18.19

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