“Vivemos num mundo onde não fazemos o que queremos fazer, mas sim o que a convenção humana convencionou. Somos obrigados a fazer o que o Estado manda. Vivemos num mundo onde, se não temos nada somos marginalizados, somos olhados com olhares desprezantes, somos olhados de soslaio. Vivemos num mundo que, se temos algo, sobretudo monetário, somos babados, bajulados, estereotipados e, mormente, idolatrados” ANDERSON COSTA

domingo, 6 de março de 2011

VER SE PODE...

Li por esses dias na ISTOÉ uma notícia intitulada reforma de fachada, que diz respeito às reformas políticas discutidas e as que não são de interesse discursivo do legislativo.  De fato, o título noticiário tem muito a ver com a cúpula partidária que, indubitavelmente, irá discutir somente sobre o assunto que não lhes afetarão a manutenção do poder. Dar-lhos-ei alguns exemplos do que não está na pauta de discussão dos políticos, segundo a revista supradita:
1.       Voto facultativo, como ocorre em países desenvolvidos, como EUA, Espanha e Suécia;
2.      Correção de representatividade no Congresso. Hoje um eleitor do Acre vale cinco vezes o eleitor de São Paulo;
3.      Fiscalização do dinheiro privado utilizado para financiar campanhas para dar mais transparência ao processo;
4.      Estabelecimento de regras claras para definir o salário dos parlamentares...
Eis aí alguns dos tópicos que não estão como prioritários na pauta dos políticos que mais uma vez se preocupam em somente manterem o poder à revelia dos anseios populares, tomando assim atitudes que configuram as que tomaram os militares quando do golpe de 1964, ou seja, o da mudança de regras do jogo eleitoral. Todavia, para haver mudanças tem que haver a devida homologação, e como havê-la sem ter alguém de interesse e integrante do mesmo jogo para homologá-las?
Ora, por isso existem os artífices políticos, e isso foi o que aconteceu, já que o Deputado João Paulo Cunha (PT-SP) preside, desde a quarta-feira dia 2, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). É um tanto paradoxal, já que o petista é réu do mensalão indiciado pelo STF, tendo agora o poder de acelerar ou postergar qualquer tramitação. E aí leitores, tem algo melhor para os nossos anseios do que um dos mensaleiros ocupando um dos principais cargos da Casa? Pelo jeito, agora é só esperarmos pelo pior, inclusive com a consolidação da reforma política do voto distritão que, inclusive, conta com o apoio do presidente da Comissão da Reforma Política no Senado, Francisco Dornelles (PP-RJ). Esse tal distritão favorecerá somente os polítcos que dispõem de maior recursos para a campanha, já que o projeto dá término ao que conhecemos como eleição proporcional.
Pelo jeito que as coisas estão andando, estamos quase que à deriva e a mercê de alguns representantes...

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