“Vivemos num mundo onde não fazemos o que queremos fazer, mas sim o que a convenção humana convencionou. Somos obrigados a fazer o que o Estado manda. Vivemos num mundo onde, se não temos nada somos marginalizados, somos olhados com olhares desprezantes, somos olhados de soslaio. Vivemos num mundo que, se temos algo, sobretudo monetário, somos babados, bajulados, estereotipados e, mormente, idolatrados” ANDERSON COSTA

sexta-feira, 4 de março de 2011

NEOLIBERALISMO, o carro-chefe do capitalismo

A questão continua sendo a mesma, a de como viver com míseros R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais) em uma nação embasada, prática e teoricamente, nas ideias neoliberais, onde os meios utilizados são quase que exclusivamente os de beneficiamento empresarial. Há reformas políticas, mas nunca visando às aspirações populares, como diz a revista ISTOÉ sobre o projeto de reforma política engendrado pelo Sarney (PMDB-AP): Pelo visto, trata-se de mais uma reforma casuística em que os propósitos dos parlamentares, novamente, se sobrepõem aos desejos daqueles que os elegeram.
Sobre a tal reforma supradita, reitera a ISTOÉ: “Os partidos e os políticos estão dissociados da vontade de seus eleitores. A reforma mais profunda alteraria a maneira como as elites políticas estão acostumadas a manter seu próprio poder”, diz Theófilo Machado Rodrigues, mestre em ciência política pela Universidade Federal Fluminense.
Certo. Eis aí mais uma possível reforma que beneficiará somente a classe patronal brasileira, aumentando-lhe assim o poder e os lucros, sobretudo os empresariais (mais uma vertente do neoliberalismo). O que ainda não conseguir entender é como esse tal neoliberalismo há de suprir as necessidades do povo, sobretudo com a utilização do seu braço forte, o estado mínimo. Como? Faço-me frequentemente essa pergunta.
De fato, esse sistema não se encaixa, pelo menos por enquanto, em nossa sociedade, devido à fase em que estamos, a de desenvolvimento e de plenitude miserial, assim como, devido à sua atitude adversa em relação ao bem-estar social. É totalmente prejudicial, pois desvincula o abraço estatal que é dado a pessoas carentes (inclusive é contra o Bolsa Família), fazendo com que o Estado venha a ser somente um controlador da segurança pública e um mero executante das leis, interferindo minimamente na questão de aplicações sociais que beneficiem o intelecto do povo.
Repito, é algo prejudicial (o neoliberalismo) e inexpressivo à parte que diz respeito à melhoria social, visando somente a livre iniciativa e a concorrência mercantilista, assim como a privatização das empresas estatais, pois essa ação é um forte gerador de lucro aos setores privados. Um exemplo muito claro foi a questão da venda da Vale do Rio Doce a preço de banana que ocorreu no governo FHC, o que prejudicou de fato uma parte da economia brasileira e maranhense, já que a Vale gerava grandes lucros para o Estado e para o Brasil.
E aí, por que a Vale (dentre muitas outras empresas) foi vendida juntamente com seu forte lucro para as mãos de particulares? Ora, devido ao Neoliberalismo tão defendido por muitos dos que nos “representam” e, sobretudo, ao lucro pessoal que os mesmos hão de adquirir por estar ajudando empresários amigos (não esquecendo que muitos deles são empresários), assim como pela aceitação de multinacionais pisando terras de pessoas pouco qualificadas, usando o nosso povo como mão-de-obra barata para seus exorbitantes lucros, isso sem dizer da CEMAR que foi vendida ao grupo PPL da Pensilvânia, desmembrando assim mais uma parte do corpo econômico maranhense.
Muitas pessoas acham que as empresas que chegam ao Maranhão são oriundas de projetos de políticos “bonzinhos e caritativos” que querem ajudar o povo. O que acontece é o que já foi dito acima: as empresas chegam aqui (já sabendo das condições sociais, por isso somos uma das sedes escolhidas) e geram lucros excessivos para seus sócios e políticos utilizando-se da mão-de-obra barata dos ludovicenses (assim como em outras partes do Brasil), não buscando primeiramente a qualificação do trabalhador e sim sua capacidade braçal. É o famoso trabalho de peão.
Uma pergunta faço a você leitor: e o lucro defendido pelos políticos que o neoliberalismo traz, onde se esconde? Em qual obra de interesse social é aplicado? Ou será que somente é destinado a medidas paliativas de enganação popular ou que induza à consumição ainda maior, no escopo de manter os devidos lucros do setor empresarial?
Com o neoliberalismo nossa economia e capital não recebem proteção, pois um dos princípios desse sistema é a não utilização de políticas protecionistas. Então, o que fazer, se o mais interessante para o Estado, que é o capital, não recebe proteção? O que será de nós, já que a intervenção em todos os seus aspectos e grau é combalida por parte dos neoliberais? Isso tudo surgiu de uma boa jogada estratégica lançada pelos neoliberais quando da crise do petróleo de 1973, o que gerou muitos problemas sociais e, no aproveito do ensejo, neoliberais puseram a culpa de tamanha crise na política que visava ao bem-estar social, vingando daí até os dias de hoje essa política não muito benfazeja em relação à decrepitude vigente no espaço social.

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