“Vivemos num mundo onde não fazemos o que queremos fazer, mas sim o que a convenção humana convencionou. Somos obrigados a fazer o que o Estado manda. Vivemos num mundo onde, se não temos nada somos marginalizados, somos olhados com olhares desprezantes, somos olhados de soslaio. Vivemos num mundo que, se temos algo, sobretudo monetário, somos babados, bajulados, estereotipados e, mormente, idolatrados” ANDERSON COSTA

sábado, 5 de março de 2011

ENCHENTES E ALAGAÇÕES

Baseando-me pelo meu empirismo, não posso discorrer com veemência sobre as questões das enchentes como um paulista ou um carioca poderia fazer, já que aqui no Maranhão as enchentes devastadoras ainda não chegaram com seu poderio destrutivo. Todavia, uma coisa posso afirmar-vos: tá faltando uma base de educação ecológica, tanto por parte da administração quanto por parte da coletividade, ou seja, do povo. O primeiro é negligente em relação às obras de saneamento básico útil, relapso nas questões de políticas habitacionais, de políticas ambientais que visem a abrir horizontes que galvanizem ações populares desencadeantes, como a importância básica e totalmente utilitária de se jogar o lixo no cesto, por exemplo. Já o segundo, pela continuidade do “votar errado”, sempre elegendo líderes ausentes, assim como pelo fato da não atuação em parcerias no escopo da melhoria relacionada à permeabilização asfáltica, ou pelo menos exigindo do Executivo melhorias sobre tal assunto.
Vendo agora pelo lado maranhense, apesar de aqui ainda não haver aquelas enchentes devastadoras que se vê nos noticiários, ainda há aquelas alagações que invadem as casas, assim como as que deixam muitas pessoas ilhadas lá pelo lado do Mercado Central quando da forte chuva, por exemplo, (lembrando que atualmente está havendo no mesmo uma obra de infra-estrutura patrocinada pela prefeitura que, certamente, evitará tais alagações).
Será que o fator preponderante dessas alagações e enchentes provém da ausência por parte da gestão, ou tão-somente é oriunda da má educação da população no ofício diário do joga-joga de lixo no chão, desencadeando assim o entupimento dos bueiros? Ou será que seu ocasionamento se dá pelo mau planejamento metropolitano e pelo êxodo rural, ocasionando assim uma aglomeração de famílias não abarcadas por um já tênue serviço gerencial? Será que somente são executadas as obras de fim eleitoreiro, descartando desse jeito essa parte de saneamento e educação ecológica?
De fato, os primeiros passos até chegar às enchentes foram dados (e são dados) primeiramente pelos líderes que representavam o povo. Um exemplo clássico é o que aconteceu aqui no Maranhão quando da ascensão governamental de Sarney. Esse, quando eleito pelas mãos do Castelo Branco, ou seja, pela mão férrea da ditadura militar, fez obras agrícolas proeminentes: a criação das Leis de Terra juntamente com a Delegacia de Terras, o que destinava o uso das terras maranhense (por meio de uma das suas artimanhas, a Grilagem) a grupos de interesses particulares (expulsando algumas famílias das terras e mandando prender outras, logo após as doando - as terras -, como o fez à Vale do Rio Doce e à ALUMAR) retirando assim o sustento de muitas famílias que dependiam da terra para a sobrevivência, surgindo daí o deslocamento das mesmas para a capital atrás de algum emprego, no foco da sustentação familiar. E o que isso gerou? Ora, um crescimento urbano desordenado, favelização, falta de saneamento básico para tais famílias, moradias impróprias, invasões que deram origem a bairros que ficaram fora do círculo da cega observação do setor público.
Com efeito, esse foi o primeiro passo, o que, posteriormente, acarretou na questão do acúmulo de lixo nos chãos, devido à falta de políticas de instrução que lhe destinasse o caminho certo, desmatamentos para construções empresariais de apartamentos (olha aí se não é o tal do neoliberalismo mais uma vez), utilizando-se muitas das vezes do assoreamento dos rios (por que tanta preocupação com políticas ambientais? O que importa é o lucro empresarial e a livre iniciativa – Pensamento Neoliberal). Tudo isso é ensejo às enchentes e alagações que devastam muitas coisas, inclusive retirando as moradias familiares e, principalmente, as vidas... Mesmo assim o Executivo ainda permanece ausente. O que fazer população brasileira? Será que as condições favoráveis e qualitativas de vida virão somente com a audiência que é dada ao Big Brother Brasil?

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