“Vivemos num mundo onde não fazemos o que queremos fazer, mas sim o que a convenção humana convencionou. Somos obrigados a fazer o que o Estado manda. Vivemos num mundo onde, se não temos nada somos marginalizados, somos olhados com olhares desprezantes, somos olhados de soslaio. Vivemos num mundo que, se temos algo, sobretudo monetário, somos babados, bajulados, estereotipados e, mormente, idolatrados” ANDERSON COSTA

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

ANARQUISMO

por Anderson Costa

Após de eu iniciar a leitura do livro: História das ideias e movimentos anarquistas, de George Woodcock, percebi convictamente que o anarquista não é, como já foi estereotipado pelos comensais estatais, um baderneiro ou simplesmente um pregador da desordem; o anarquista busca a simplicidade natural preexistente, abole as instituições autoritárias e o Estado como um todo, assim como o Contrato Social externado teoricamente por Rousseau. Em suma: “o anarquista vê o progresso não como o acúmulo de bens materiais ou como a complexidade crescente de estilos de vida, mas em termos de uma moralização da sociedade através da supressão da autoridade, da desigualdade e da exploração econômica.”

É, sem sombras de dúvida, uma questão com ares fragmentais de utopia, pois a própria Utopia (a obra de Thomas More não poderia ficar de fora) é rejeitada pelos anarquistas. Segundo estes a Utopia diz respeito a uma sociedade perfeita e o que é perfeito não progride, o que inviabilizaria o crescimento humano em todas as suas nuanças. Todavia, o que chama atenção no escopo social anarquista de uma vida simples, sem qualquer padrão de luxúria, é a sensibilidade que o homem iria adquirir. Com o trabalho destinado somente às necessidades de subsistência e sem qualquer intenção acumulativa haveria tempo para poesia, para as descobertas e tudo o mais que possibilitaria o enriquecimento da alma...