“Vivemos num mundo onde não fazemos o que queremos fazer, mas sim o que a convenção humana convencionou. Somos obrigados a fazer o que o Estado manda. Vivemos num mundo onde, se não temos nada somos marginalizados, somos olhados com olhares desprezantes, somos olhados de soslaio. Vivemos num mundo que, se temos algo, sobretudo monetário, somos babados, bajulados, estereotipados e, mormente, idolatrados” ANDERSON COSTA

quinta-feira, 24 de março de 2011

SÃO LUÍS: DE “ILHA REBELDE” A PATRIMÔNIO “BURACAL” DA HUMANIDADE

De fato, sobretudo quando do período regencial, o Maranhão, assim como o Brasil, passou por muitos conflitos respaldados por melhorias econômicas e sociais, levando em conta a grande quantidade de escravos, artesãos e camponeses que formavam a maior parte do seio social. A partir desse cenário conflitante, vigente sob o lençol duma densa conjuntura oligárquica, mais precisamente a de Victorino Freire, surgiu a revolução de 1951, popularmente conhecida como a “A Balaiada Urbana”, fomentada pelos abusos de uma oligarquia, do caciquismo e do clientelismo que era aplicado pelo Victorino.
Esse relato supracitado foi um marco muito interessante para a história social maranhense, surgindo daí a alcunha de rebeldia atribuído à ilha. Todavia, no transcorrer dos dias atuais está em processo de erupção outro marco não menos importante para a “Ilha Rebelde”, o da metamorfoseação da ilha em lua, ou seja, ao invés da devida trafegabilidade o que vem à tona é a intrafegabilidade, vindo assim a vivenciar o nosso meio muitos dos seres não costumeiros à vivência social humana, como as minhocas, por exemplo, já que passamos todos os dias em grande buracos que, quando da chuva, transformam-se em verdadeiros açudes.
Pelo menos uma coisa o Executivo está fazendo valer: a democracia, enaltecendo de todas as maneiras a “democracia buraqueira”, já que há buracos de todos os tamanhos e tipos, sem qualquer discriminação, pois a nossa Carta Magna proíbe qualquer tipo de discriminação. Então leitores, sobre os buracos, ai de quem os discriminar. O melhor mesmo é deixá-los viver com justiça, sendo todos eles iguais perante a lei, independentemente da isonomia que os agasalham.

Porém, a minha principal dúvida é saber se foi graças aos buracos que a capital ludovicense foi eleita pela UNESCO Patrimônio Cultural da Humanidade. Será que as ruas e vielas de outras cidades do mundo são preenchidas pelo vão dos buracos, ou simplesmente pela malha rodoviária totalmente emendada, como faz uma má costureira? Será que todos os demais prefeitos de alhures possuem alcunha similar ao daqui: “Prefeito Fulano-Minhoca?” (não citei o nome do dito cujo por respaldo da legalidade cível). Se for assim, viva os buracos! Somente cuidado caro leitor, pois podes parar no Japão se cairdes num desses buracos, e outra, citando aqui o que disse o Zema Ribeiro: se em cada buraco de nossa cidade plantássemos uma muda, seríamos, indubitavelmente, uma das cidades mais verdes do mundo, fazendo assim jus à política de natureza e sustentável tão defendido por alguns políticos.

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