“Vivemos num mundo onde não fazemos o que queremos fazer, mas sim o que a convenção humana convencionou. Somos obrigados a fazer o que o Estado manda. Vivemos num mundo onde, se não temos nada somos marginalizados, somos olhados com olhares desprezantes, somos olhados de soslaio. Vivemos num mundo que, se temos algo, sobretudo monetário, somos babados, bajulados, estereotipados e, mormente, idolatrados” ANDERSON COSTA

sábado, 22 de janeiro de 2011

I Have a dream

As crianças pedem o HABEAS CORPUS, o desagrilhoamento, o veredicto positivo e a viável e prometida carta de alforria. Elas sonham com a esperança de um dia serem soltas da prisão onde a fome é alastrante, queimando-as internamente o suco gástrico da infelicidade, marginalizando-as a educação peneirada. É de se imaginar a sensibilidade, a moral administrativa de um Deputado Federal que, ao invés de beneficiar a evolução educativa, moral e em todos os aspectos das crianças, compra uma lancha com o seu primeiro salário. É de se admirar a sensibilidade de uma prefeitura onde o pêndulo só pesa de um lado, ficando o outro à deriva do que vier. O salário mínimo, ou melhor, o salário ínfimo aumentou somente 35 reais. Talvez fosse melhor se o aumento fosse de quase 10 mil. Mas já houve o reajuste dos semideuses, tirando muito dinheiro que seria destinado à educação já desgastada, à saúde já enferma, à infra-estrutura afundada, às suítes-palafitas, aos esgotos em que nadamos. Admiro-me dos que conseguem tirar do salário ínfimo o oxigênio necessário à sobrevivência. O povo brasileiro é lutador, é estrategista, pois sabe como se virar com um grão de dinheiro, sabe encher o “bucho” com a farinha e a água, sabe admirar a discriminação de se comer um ovo com o arroz e o feijão, é resignado e não sonha com o Escargot num prato à hora do almoço, mas somente com escargot de uma vida melhor. Muita força ao povo. Que a honestidade em nós seja maior do que a pigmentação fétida de qualquer congresso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário