POR ANDERSON COSTA
Devido à ditadura militar de 1964, juntamente com sua política de exceção e de aspecto unicamente conservador, houve a malévola estigmatização do que sejam conservadorismo e partidos de direita. Todavia, isso não vem ao caso, pois, o que será exposto nas linhas subsequentes diz respeito à submissão que vem se concretizando entre os parlamentares para com o Executivo.
Certamente, e conforme está descrito na Constituição, o que deveria ocorrer quando o assunto é vertente à tripartição do poder, mais precisamente o exercício dos três poderes necessários à norteação adequada, legal e coerente da nação (Executivo, Legislativo e Judiciário), é a atuação de cada um dos ditos poderes de forma harmônica e independentes entre si. Mas isso realmente ocorre?
Com o escopo do esclarecimento referente à contundente pergunta retórica, exponho aqui um dos trechos interessantes extraídos da Revista Veja, edição 2220-ano 44-nº23, 8 de Junho de 2011 sobre a entrevista efetuada ao Senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que diz: “o Parlamento se acomodou e hoje é diretamente mandado pelo Poder Executivo. E não é só por causa do reduzido número de parlamentares na oposição. É porque realmente os congressistas não querem apurar a conduta de nenhum colega e não querem fiscalizar o governo...”
O Brasil não é, como o foi outrora, um estado tão somente democrático, mas democrático de direito. No entanto, todo esse momento crítico e de total submissão põe tal assertiva em xeque, como assevera Demóstenes: “De um lado temos o Executivo mandando por meio das medidas provisórias, e de outro o Congresso sem cumprir sua obrigação, a ponto de a quase totalidade das leis aprovadas ter origem no Palácio do Planalto. No fim das contas, o Congresso se comporta bovinamente.”
E então, como fazer para que finde essa centralização que não possui qualquer serventia para o regime republicano e presidencialista vigorante? Não pode haver o alavancamento de um Brasil travestido, como acontece com muitos parlamentares, sobretudo aqueles que são eleitos devido ao partido a que pertencem e logo após migram para outro, preferencialmente os que andam alinhados com o governo, lógico!
E aí fica a questão quase que irremediável: “como melhorarmos os resultados das vindouras eleições, já que todo e qualquer resultado é definido por aquele que detém o maior poder econômico? Como, se as mentes estão manipuladas pelos meios de comunicações?”
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